quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Não deixe o óleo vegetal pesar na sua consciência!!!

Você acha que o óleo vegetal depois de usado não tem mais utilidade? Não sabe como descartá-lo e acaba juntando potes de óleo usado ou até mesmo jogando no ralo e poluindo os cursos d’água? Pois saiba que ele pode virar um ótimo combustível para o seu carro ou ser usado na fabricação de sabões e ração para animais.

Dentre os materiais que representam riscos de poluição ambiental e, por isso, merecem atenção especial, figuram os óleos vegetais usados em processos de fritura.
Para se ter uma idéia, a fritura é um processo que utiliza óleos ou gorduras vegetais como meio de transferência de calor, cuja importância é indiscutível para a produção de alimentos. O tempo de utilização do óleo varia de um estabelecimento para outro, principalmente pela falta de legislação que determine a troca do óleo usado. Por essa razão, considerando a grande diversidade de estabelecimentos que utilizam esse material, é difícil fazer um levantamento preciso da disponibilidade desse resíduo em grandes centros urbanos. 
Um levantamento primário da oferta de óleos residuais de frituras, suscetíveis de serem coletados, revela um potencial de oferta no país superior a 30 mil toneladas por ano. Algumas possíveis fontes dos óleos e gorduras residuais são: lanchonetes e cozinhas industriais, indústrias onde ocorre a fritura de produtos alimentícios, os esgotos municipais onde a nata sobrenadante é rica em matéria graxa, águas residuais de processos de indústrias alimentícias.
De um modo geral, o aproveitamento integrado de resíduos gerados na indústria alimentícia pode evitar o encaminhamento destes para aterros sanitários, permitindo o estabelecimento de novas alternativas empresariais e minimizando o impacto ambiental do acúmulo destes resíduos.
Nossa proposta aqui é discutir a uso do óleo residual de fritura como fonte de matéria prima para obtenção de biodiesel, detergentes ou mesmo ração animal, ressaltando seus benéficos ambientais e econômicos.

Por que devemos nos preocupar???

Estima-se que cada litro de óleo despejado no esgoto urbano tem potencial para poluir cerca de um milhão de litros de água, o que equivale à quantidade que uma pessoa consome ao longo de quatorze anos de vida.
A pequena solubilidade dos óleos vegetais na água configura um fator negativo no que se refere à sua degradação em unidades de tratamento de despejos por processos biológicos e, quando presentes em mananciais utilizados para abastecimento público, causam problemas no tratamento da água. Sem falar que o acúmulo de gorduras nos encanamentos pode causar entupimentos, refluxo de esgoto e até rompimentos nas redes de coleta. Outro ponto negativo é que esse óleo também impermeabiliza o solo e assim contribui para o agravamento de enchentes. 
A presença deste material, além de acarretar problemas estéticos à paisagem, diminui a área de contato entre a superfície da água e o ar atmosférico impedindo a transferência do oxigênio da atmosfera para a água. Além disso, óleos e graxas em seu processo de decomposição, reduzem o oxigênio dissolvido elevando a DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio - quantidade de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo, numa temperatura de incubação específica), causando alteração no ecossistema aquático. Um baixo teor de oxigênio dissolvido nas águas é fatal para um ecossistema com um todo.

Legislação brasilleira

Apesar de não haver, ainda, uma legislação específica para descarte de óleos, consta no decreto federal nº 3179, de 21 de setembro de 1999, artigo 41, parágrafo 1°, inciso V, a aplicação de multas de até R$ 50 milhões "a quem causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora, através do lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou detritos, óleos ou substâncias oleosas em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos".

Da cozinha para a estrada...

Cerca de 40% de toda a energia consumida no mundo provém do petróleo, do carvão e do gás natural. Essas fontes são limitadas e com previsão de esgotamento no futuro, portanto, a busca por fontes alternativas de energia é de suma importância.
É aí que os biocombustíveis assumem papel considerável, sobretudo o biodisel, um biocombustível 100% renovável e alternativo ao diesel derivado do petróleo. Ele pode ser usado em qualquer motor diesel sem alterações na parte mecânica, não havendo perda de potência nem rendimento do veículo. Neste contexto, os óleos vegetais aparecem como uma excelente alternativa para substituição ao óleo diesel em motores de ignição por compressão.
O óleo, depois de usado, torna-se um resíduo indesejado e sua reciclagem como biocombustível não só retiraria do meio ambiente um poluente, mas também permitiria a geração de uma fonte alternativa de energia, reduzindo a dependência de importação de petróleo. Assim, duas necessidades básicas seriam atendidas de uma só vez.

Ainda há outra vantagem em fabricar o biodiesel a partir de óleo vegetal usado, o combustível possui características lubrificantes, polui menos (já que não leva ácido sulfúrico) e não contribui para agravar o efeito estufa e o aumento da temperatura do planeta.
A implantação deste combustível na matriz energética brasileira resultaria em um impacto ambiental positivo já que, além de dar um destino adequado aos óleos residuais, sua utilização na frota de veículos reduziria drasticamente a emissão de gases poluentes, como o dióxido de carbono, responsável pelo efeito estufa, além de eliminar completamente o enxofre, um dos principais vilões da chuva ácida.
Com relação ao rendimento da reação que origina o biodisel, pode-se dizer que 100 kg de óleo reagem com 10 kg de álcool gerando 100 kg de biodiesel e 10 kg de glicerina, esta ainda pode ser aproveitada na fabricação de sabões.

Resíduo é transformado em material de limpeza!    

Uma boa opção para reaproveitar o óleo usado é transformá-lo em sabão, aliás, essa atividade pode ser feita em casa e ainda gerar uma renda extra para a família. Mas o material também pode ser enviado a empresas que o transformam em produto de limpeza.
O sabão produzido com essa matéria prima tem a vantagem de ser biodegradável, que se decompõe por bactérias depois de usado. Além de ser ecológico, já que evita que o óleo chegue aos cursos d’dágua e desencadeie todos os danos já discutidos.
Para quem gostou da ideia de fabricar o sabão em casa, abaixo segue uma receita simples. Apenas recomendamos cuidado ao manusear a soda cáustica!

Sabão caseiro:   
1.     Peneire o óleo para retirar os resíduos e impurezas;
2.    Aqueça o óleo sem deixar ferver;
3.    Use luvas e adicione soda cáustica (350ml para cada litro de óleo);
4.    Para dar perfume ao sabão, adicione 1ml de aromatizante ou amaciante.
5.    Mexa lentamente durante 20minutos;
6.    Deixe descansar por um dia se for cortar em barras;
7.    Após uma semana o sabão está pronto para ser usado.

Ração para animais

Depois de usar sobras de óleo de cozinha como componente para a fabricação de biodiesel e também de sabão, agora técnicos da Universidade Federal de Lavras (UFLA) usam o material que é descartado para alimentar o gado.
O teste está sendo feito na fábrica de ração da universidade. O óleo é misturado ao alimento que é consumido pelo gado, conferindo ao produto uma cor mais forte. Um aspecto importante é que o preço da ração caiu cerca de 10%. 

Segundo pesquisadores, a substituição da ração não alterou o ganho de peso dos bois, que são da raça Red Norte. Como seguimento do projeto, os animais alimentados com a ração especial passam por análises que determinam os níveis de colesterol, a maciez e a coloração da carne dos animais tratados com a ração misturada ao óleo de fritura.

Conclusão   

Depois dessa reflexão, fica a ideia de que vale a pena reutilizar o óleo descartado de frituras para a obtenção de outros produtos. Dessa forma, é dado um destino mais adequado a este resíduo agroindustrial que, no Brasil, é desprezado e/ou parcialmente aproveitado de maneira muitas vezes inadequada.
Além da inegável vantagem ecológica da iniciativa, o aspecto econômico certamente deve ser visto de forma ampla, não só pelo valor do biodiesel, sabão ou ração produzidos, mas pelos valores agregados como criação de empregos, redução de despejos no ambiente e melhoria de qualidade de vida e do ar, com paralela geração de divisas para o país.

sábado, 27 de agosto de 2011

Pesquisadores do Observatório nacional do RJ descobriram o que pode ser o maior rio subterrânio do mundo

        O Rio Amazonas já merece destaque por ser o maior rio do mundo em volume de água e recentemente foi descoberto sob sua área um rio subterrâneo, provisoriamente denominado Hamza.
        O achado ocorreu por acaso, graças a escavações de poços de grande profundidade, feitos pela Petrobras nas décadas de 1970 e 1980 em busca de petróleo.
       Para saber mais sobre nosso rio subterrâneo, acesse o link abaixo e boa leitura!

Rio subterrâneo no estado do Amazonas

sábado, 9 de julho de 2011

Como é a profissão de um cientista?

E aí galera, tudo bem?
Depois de um tempo ausentes daqui, voltamos com uma dica de leitura.

A revista Veja publicou nessa semana um pequeno texto falando sobre a vida profissional de um pesquisador. Não é raro surgirem dúvidas a esse respeito, tanto por parte de pessoas que ainda buscam um curso pra prestar vestibular, como por graduandos que ainda estão meio perdidos no curso.  Cliquem no link a seguir e conheçam o ponto de vista da recém-doutora  Natassia Vieira sobre essa profissão tão interessante, porém ainda pouco conhecida. Boa leitura!
Como é a profissão de um cientista?

domingo, 1 de maio de 2011

Plano Brasileiro de Redução de Carbono está parado


Houve o compromisso, e dinheiro não falta, mas a verba para Agricultura de Baixo Carbono permanece intocada após quase um ano da liberação. Parece que o que mais falta é vontade!
PLANO ABC
Metas do Plano ABC
            Batizado de ABC (Agricultura de Baixo Carbono), o programa do Ministério da Agricultura é considerado uma das maiores inovações da política brasileira de mudanças climáticas. Lançado em junho de 2010 pelo governo brasileiro, o plano prometia reduzir os impactos e emissões gerados pela agricultura. Para incentivar essas mudanças foi liberada uma verba de R$ 2 bilhões, no entanto o país ainda não usou um centavo sequer deste dinheiro.
            O plano ABC é essencial para que o Brasil consiga atingir as metas de redução de carbono, já que a agricultura é uma das grandes causas de emissões de gases de efeito estufa em território nacional. A proposta do governo visa recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e expandir o plantio direto dos atuais 25 milhões para 33 milhões de hectares, entre outras atividades. Há ainda uma linha de crédito para florestas comerciais de pinus e eucalipto.
            Com essas metas cumpridas, o setor agropecuário, um dos que mais aumentaram suas emissões nos últimos 15 anos, poderia expandir a produção e a produtividade, poupando a emissão de 156 milhões de toneladas de CO2 até 2020. O que equivaleria, caso essas práticas pudessem gerar créditos de carbono, a 1,6 bilhão de Euros (estimando a tonelada de carbono a 11 Euros). Se a redução do desmatamento acrescida a todas as ações apresentadas pelo governo que envolvem uso da terra forem consideradas, esse valor chegaria a 10,2 bilhões de Euros. Mas isso dependeria de muita ousadia do governo. Difícil, já que o próprio Plano, recentemente lançado, ainda não foi colocado em prática.
Amendoin cultivado em plantio direto

NÃO FALTA DINHEIRO

            Diante de tantos benefícios por que o tal plano não sai do papel? O ABC tem os juros mais baratos do crédito agrícola brasileiro: 5,5% ao ano, com prazo de pagamento de 12 anos. O dinheiro está disponível desde setembro do ano passado no BNDES e no Banco do Brasil, mas até agora não foi utilizado.
            Segundo Derli Dossa, assessor do Ministério da Agricultura e coordenador do programa, não saiu dinheiro algum em prol das mudanças, não há nenhum agricultor que já esteja utilizando esses recursos. O BNDES confirma que os recursos são repassados aos bancos que operam o crédito rural à medida em que são solicitados. Até agora não houve nenhum pedido e R$ 1 bilhão estão parados.
            O Banco do Brasil, principal financiador da agricultura e responsável pela liberação de mais R$ 1 bilhão, disse que "ainda está recebendo propostas" e só terá um balanço em alguns meses.

MAS SE HÁ INVESTIMENTO, O QUE FALTA? 
ABC bom pra agricultura e pro Meio Ambiente 

            Para o ministério, a culpa é da falta de divulgação no período eleitoral, quando o governo é proibido por lei de contratar campanhas publicitárias. Outro entrave seria as regras excessivamente rígidas dos bancos para liberar o dinheiro, e o fato de o BB ter condicionado o financiamento à liberação prévia de 50% da parcela do BNDES. Mas não há desculpas quando estamos tratando de um tema tão sério. As eleições já passaram e a divulgação caminha a passos lentos e não se pode impor tanta burocracia para assuntos dessa importânica. Precisamos de mudança já, precisamos de ação!
            É urgente discutir abertamente a política de baixo carbono na agricultura brasileira, afinal essa poderá ser uma das primeiras a sofrer com os prováveis efeitos do aquecimento global. Aliás, em um país como o Brasil, em que praticamente 90% dos recursos "saem da terra", cumprir metas ambientais já deixou de ser mera formalidade e passou a ser obrigação, o que pode significar um ganho para o setor, para o meio ambiente e para os brasileiros!


domingo, 17 de abril de 2011

Um recurso indispensável merece mais atenção!

O Amazonas corta todo o norte da
América do Sul, sendo o maior do
planeta tanto em volume quanto
em extensão
Vivemos em um país onde fontes de água não são raridade, prova disso é que 53% do manancial de água doce disponível na América do Sul encontra-se em território brasileiro, assim como o maior rio do planeta (rio Amazonas). Um dos motivos dessa condição privilegiada é o clima que pode ser equatorial, tropical e subtropical dependendo da região, proporcionando elevados índices pluviométricos. No entanto, apesar da grande disponibilidade de recursos hídricos, o país já sofre com a escassez de água potável em algumas localidades. Esse fato deve-se à distribuição irregular da água doce disponível no território brasileiro: aproximadamente, 72% dos mananciais estão na região amazônica, cabendo 27% à região Centro-Sul e apenas 1% à região Nordeste. Por outro lado, a maior parte da nossa população e atividade econômica está em grandes centros urbanos na região Sudeste, mais próxima da bacia do rio Prata, onde a oferta de líquido potável é cada vez mais menor.
E assim o mundo está descobrindo que a escassez de água não é uma questão exclusiva de quem mora em regiões desérticas. Segundo as projeções mais recentes da ONU, no ritmo de uso e do crescimento populacional, nos próximos 30 anos, a quantidade de água disponível por pessoa estará reduzida a 20% do que temos hoje.
São Paulo, a maior cidade do país está perto do seu limite hídrico e já importa água. O volume de rios e represas disponível hoje é praticamente igual à demanda da população. As represas da região metropolitana, abastecidas por nascentes, suprem apenas metade do consumo da cidade, então o déficit é compensado com o bombeamento de água da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que naturalmente correriam pelo interior do Estado.

OS DESAFIS SÃO MUITOS...

Rio em tom de vermelho, contaminado por
mercúrio devido à garimpagem ilegal
na área Yanomami

A qualidade da água captada para tratamento vem sendo comprometidos pela queda de qualidade das águas dos rios e lagos brasileiros. Na região amazônica e no Pantanal, rios como o Madeira, o Cuiabá e o Paraguai já demonstram contaminação pelo mercúrio e metal utilizado no garimpo clandestino, e pelo uso de agrotóxicos nos campos de lavoura. Em contrapartida, nos grandes centros urbanos, o comprometimento da qualidade é causado por despejos de esgotos domésticos e industriais, além do uso dos rios como convenientes transportadores de lixo.
Problemas relacionados ao descarte de dejetos em fontes hídricas também atingem os principais rios e represas de diversas cidades brasileiras, onde hoje vive 75% da população:
  • Em Porto Alegre, o rio Guaíba está comprometido pelo lançamento de resíduos domésticos e industriais, além de sofrer as consequências do uso inadequado de agrotóxicos e fertilizantes.
  • Brasília, além de enfrentar a escassez de água, tem problemas com a poluição do lago Paranoá.
  • A ocupação urbana das áreas de mananciais do Alto Iguaçu compromete a qualidade das águas para abastecimento de Curitiba.
  • O rio Paraíba do Sul, além de abastecer a região metropolitana do Rio de Janeiro, é manancial de outras importantes cidades de São Paulo e Minas Gerais, onde são graves os problemas relacionados ao garimpo, à erosão, ao desmatamento e ao esgoto.
  • Belo Horizonte já perdeu um manancial para abastecimento - a lagoa da Pampulha - que precisou ser substituído pelos rios Serra Azul e Manso, mais distantes do centro de consumo. Também no rio Doce, que atravessa os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a extração de ouro, o desmatamento e o mau uso do solo agrícola provocam prejuízos enormes à qualidade de suas águas.
  • Rio Tietê, contaminado por esgoto, resíduo industrial e lixo
  • O Estado de São Paulo sofre com a escassez de água e com problemas decorrentes de poluição em diversas regiões: no Alto Tietê junto à região metropolitana; no rio Turvo; no rio Sorocaba, entre outros.
Outro fator agravante é a ausência de saneamento básico nas residências brasileiras. Atualmente, 55% da população não têm água tratada nem saneamento básico. Precisam ser desenvolvidas políticas públicas para reverter esse quadro. Pesquisas indicam que para cada R$ 1,00 investido em saneamento, o governo deixa de gastar R$ 5,00 em serviços de saúde, ou seja, são investimentos que proporcionam qualidade de vida para a população e economia aos cofres públicos em curto e médio prazo.

Irrigação de lavouras consome mais
água do que o necessário

Mais um grande desafio para a gestão dos recursos hídricos está na agricultura e na pecuária. A agricultura irrigada é a que mais desvia água da natureza, utilizando 70% do volume total extraído do sistema global de rios, lagos e mananciais subterrâneos. Um agravante é o desperdício nessa área, apenas 40% da água desviada é efetivamente utilizada na irrigação. Os outros 60 % são desperdiçados, porque se aplica água em excesso, ou fora do período ideal para a planta, pelo uso de técnicas de irrigação inadequadas ou, ainda, pela falta de manutenção nesses sistemas de irrigação. Estima-se que até 2025, a atividade agrícola com uso da irrigação irá crescer de 20 a 30 %.

EXISTEM SOLOUÇÕES???

A proteção dos mananciais que ainda estão conservados e a recuperação daqueles que já estão prejudicados são modos de conservar a água que ainda temos. Mas isso apenas não basta. É preciso fazer muito mais para alcançarmos nosso objetivo de modo que o uso da água se torne cada vez mais eficiente.
Mas o que fazer e como fazer? Qual o papel de cada cidadão?
O uso racional é a melhor forma de evitar a escassez
Existem pessoas que defendem a privatização das fontes naturais de água, com o argumento de que só assim a sociedade será capaz de gerar recursos para a exploração e gestão das fontes hídricas. Afirmam ainda, ser um fator essencial no caso de países como o Brasil, onde o desafio ainda é garantir água tratada para todos.
Além da privatização, outra solução para mitigar o desperdício seria tornar o consumo de água mais caro. No Brasil, já existem iniciativas como o Comitê de Bacias do Rio Paraíba do Sul, uma região que concentra indústrias entre o Rio de Janeiro e São Paulo. As empresas instaladas na região pagam para tirar água do rio e para devolvê-la à rede de esgoto. Quanto mais poluída estiver a água, maior o preço. Isso resultou na implantação de métodos mais eficientes para utilizar o recurso, diminuindo o consumo e aumentando o índice de reutilização de água.
Na indústria é interessante o desenvolvimento de formas mais econômicas para o uso da água através da recirculação ou reuso, seja na refrigeração de equipamentos, na limpeza das instalações etc., a água pode ser reaproveitada sem prejuízo para a atividade.
Em menor escala, são possíveis atitudes para reduzir o desperdício de água mesmo dentro das residências em atividades cotidianas:

- Aproveitar água da chuva, por exemplo, para lavar o carro ou calçada, regar as plantas;

- Fechar a torneira enquanto se escova os dentes;

- Reaproveitar o papel. Isso é muito importante, pois para produzir papel gasta-se muitos litros de água;

- Acabar com o pinga-pinga da torneira. Uma torneira gotejando, gasta, em média, 46 litros de água por dia;

- Reduzir o consumo doméstico de água potável;

- Não contaminar os cursos d’água;

- Procurar usar detergentes e produtos de limpeza biodegradáveis;

Todas essas mudanças de hábitos são pequenas, no entanto, geram grandes diferenças. Uma sociedade moderna e consciente pensa e age pelo crescimento econômico aliado ao respeito pelo meio ambiente. Racionalizar o uso da água não significa abrir mão de seus benefícios. Significa usá-la sem desperdício, considerá-la uma prioridade social e ambiental. Por isso, faça sua parte!!!

Para ficar mais por dentro do assunto visite os sites sugeridos:

http://www.brasildasaguas.com.br/
http://www.aguabrasil.icict.fiocruz.br/
http://www.brasildasaguas.com.br/videos (você poderá acompanhar o Projeto Brasil das Águas, por meio dos vídeos abaixo)

domingo, 10 de abril de 2011

Porco exótico ajuda a preservar espécies nativas no Pantanal???

O costume pantaneiro de caçar o porco monteiro está ajudando a preservar outras espécies de animais silvestres no Pantanal brasileiro. Essa é a conclusão de um artigo publicado recentemente na conceituada revista Oryx por pesquisadores da Embrapa Pantanal e de instituições internacionais.
Porco monteiro: animal exótico no Pantanal
O porco monteiro é um animal domesticado introduzido no Pantanal há cerca de dois séculos pelos colonizadores, desde então, tem sido considerado como a principal espécie cinegética (de interesse para a caça) na região. Suas populações vivem livres na planície e independentes da atividade humana, exceto pelo manejo tradicional que age como fator de controle populacional dos rebanhos. Sua caça, praticada pela população pantaneira é uma ação protegida por lei, por ter fins de subsistência para as comunidades locais. Sua importância está no fato de que a oferta da carne desse tipo de suíno é constante, aceita culturalmente e prontamente disponível aos consumidores. A gordura obtida é usada para cozinhar alimentos e também conservar carnes.
Dois problemas, que para a biologia seriam considerados graves, acabaram virando solução para preservar espécies nativas do Pantanal: a atividade da caça e a presença de uma espécie exótica na região. Normalmente, essas seriam ameaças ao ecossistema, mas no Pantanal estão ajudando a conservar a fauna local, uma vez que os caçadores preferem o porco introduzido, que funciona como uma espécie substituta das demais. Assim, esta espécie invasora pode estar contribuindo indiretamente para a conservação da fauna autóctone, desviando pra si os possíveis efeitos da pressão representada pela caça.

Queixada: até agora protegido pela caça do porco monteiro

A caça das espécies nativas do Pantanal praticamente não ocorre mais, provavelmente é um dos poucos locais da região Neotropical onde a fauna silvestre e populações humanas coexistem e a caça de animais nativos não é uma prática comum.
No entanto, não se deve desconsiderar o porco monteiro como espécie exótica, o que sugere o potencial desse animal para causar danos ambientais. Não se conhece bem o efeito ecológico da espécie na região e não se sabe se os aspectos positivos da substituição das espécies nativas pelo porco na atividade de caça podem compensar os seus danos potenciais. Sendo assim, é importante lembrar que o impacto do porco monteiro precisa ser melhor definido, especialmente sob aspectos relacionados a mudanças climáticas e impactos antrópicos, como por exemplo, aumento de desmatamento e mudanças no ambiente aquático. Tais alterações podem causar escassez de recursos podendo levar o porco monteiro à competição com as espécies nativas, sabe-se que sob o ponto de vista ecológico esses animais podem competir principalmente com os representates da família Tayassuidae (queixadas e caititus), nativos do Pantanal, o que colocaria em risco a sobrevivência destes.

sábado, 19 de março de 2011

Hora do Planeta

Hora do Planeta é um ato simbólico, promovido no mundo todo pela Rede WWF, no qual governos, empresas e a população demonstram a sua preocupação com o aquecimento global, apagando as suas luzes durante sessenta minutos.Para participar basta que sábado, dia 26 de março, das 20h30 às 21h30 você pague as luzes. Particicipe e convide seus amigos para participar! Um simples ato pode ajudar a melhorar o mundo!
O "Biologia, eu quero uma pra viver" apoia essa ideia!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Biocombustíveis - A solução e a causa de todos os nossos problemas

Biocombustíveis - Energia limpa
Passaram-se anos e o assunto continua em alta e não é pra menos, afinal os combustíveis fósseis, os mais utilizados, são finitos tendendo a diminuir até acabar. Além disso, são extremamente poluidores e causam sérios desequilíbrios ambientais. Com o surgimento dos biocombustíveis vislumbrou-se a solucão de todos os nossos problemas com energia, mas será que é isso mesmo que esta acontecendo?
    Os Biocombustíveis ou agrocombustíveis são fontes de energia renováveis, derivados de matérias agrícolas como plantas oleaginosas, biomossa florestal, cana-de-açúcar e outras matérias orgânicas. Em síntese, são materiais biológicos que, quando em combustão, possuem a capacidade de gerar energia para realizar trabalhos. Por ser orgânico esse tipo de combustível é tido como a promessa energética do futuro.
    Existem vários tipos de biocombustíveis: bioetanol, biodiesel, biogás, biomassa, biometanol, bioéter dimetílico, bio-ETBE, bio-MTBE, biocombustíveis sintéticos, bio-hidrogênio, gás de síntese. Mas os principais biocombustiveis são: a biomassa, o bioetanol, o biodísel e o biogás. No Brasil, desde a década de 70 com o pró alcool, o tipo mais difundido de biocombustível é o álcool proveniente da cana de açúcar.
Evolução dos biocombustíveis no Brasil


A grande solução

Biocombústíveis são fontes renováveis.
    As vantagens dos biocombustíveis, além de serem fontes renováveis, está no fato de poluírem menos, já que emitirem menos compostos do que os combustíveis fósseis no processo de combustão dos motores e também porque seu processo de produção tende a ser mais limpo. No Brasil e alguns outros países a adoção do etanol é considerada um dos principais mecanismos de combate ao aquecimento global, pois reduz as emissões de gás carbônico (CO2). Parte do CO2 emitido pelos veículos movidos a etanol é reabsorvida pelas plantações de cana-de-açúcar. Isso faz com que as emissões do do gás sejam parcialmente compensadas.
    Na comparação com o diesel de petróleo, o biodiesel também tem significativas vantagens ambientais. Estudos do National Biodiesel Board (associação que representa a indústria de biodiesel nos Estados Unidos) demonstraram que a queima de biodiesel pode emitir em média 48% menos monóxido de carbono; 47% menos material particulado (que penetra nos pulmões); 67% menos hidrocarbonetos.

Vários problemas

    Porém, no caso de bioocombustíveis produzidos através de plantações, a razão entre CO2 produzido e CO2 absorvido não é neutra, mesmo que as plantas busquem o carbono na atmosfera: é preciso ter em conta a energia necessária para a produção de adubos, para a locomoção dos tratores agrícolas, para a irrigação, para o armazenamento e transporte dos agroquímicos. Além do impacto causado pelos adubos e pesticidas utilizados, pelo consumo de água e pelo impacto na biodiversidade quando imensas zonas de cultura substituem áreas muito ricas em espécies.
Plantação de cana, vegetal muito usado na produção de bioetanol.

    Segundo o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para a agricultura e a Alimentação (FAO) sobre as perspectivas da agricultura mundial na próxima década, divulgado em 2007, pode-se verificar uma alta de preços para alguns produtos, com destaque para os cereais. A crescente utilização de cereais, açúcar, oleaginosas e óleos vegetais, a fim de produzir substitutos para alguns combustíveis fósseis, levará a preços mais altos das culturas, afetando, por arrasto, a alimentação animal, o que irá refletir nos custos finais. Segundo o relatório da União Européia, a quantidade de oleaginosas usadas para biodiesel deve aumentar dos atuais dez milhões de toneladas para vinte e um milhões dentro de 10 anos. Nos Estados Unidos, o etanol feito a partir do milho vai duplicar até 2016, enquanto, no Brasil, os vinte e um bilhões de litros hoje produzidos saltarão para quarenta e quatro bilhões. A fome é outra principal consequência do uso dos biocombustíveis em massa de acordo com muitos estudos atuais. Afinal, quem vai continuar no mercado de alimentos quando se pode investir no "ouro verde"?     
A produção desenfredada de biocombustíveis pode levar a alta dos preços dos alimentos.


    Ainda há a questão ambiental. Com o estímulo ao pró-álcool, grande área de Mata Atlântica foi substituída por plantações de cana de açúcar, particularmente no nordeste brasileiro. Isto acarretou graves problemas climáticos e edáficos, com elevação das temperaturas e da erodibilidade dos solos. Tanto que muitos usineiros agora têm preocupação em proteger os fragmentos que restam e recuperar áreas degradadas Até porque, hoje em dia o álcool não está dando um lucro satisfatório, como acontecia tempos atrás

Existe um meio termo?
Campo de Girassóis

    Soluções inteligentes para esses problemas são projetos que incentivem pequenas culturas, de preferência utilizando um sistema agroflorestal, que mantém a característica da paisagem natural sem deixar de lucrar com a plantação. Como por exemplo, um projeto de biocombustíveis baseado em oleaginosas, que está sendo implantado no alto oeste potiguar e visa mitigar a pobreza. As famílias vão plantar o girassol, processar o óleo em uma cooperativa, e há um acordo com a Petrobrás para a compra do produto. Ou seja, você insere os indivíduos numa cadeia produtiva fechada, que gera riqueza, minimiza a pobreza e dá dignidade aos participantes, tudo isso sem gerar grandes impactos ambientais.
Biocombustíveis podem ser solução energética.

    Pode-se investir também na produção de biodiesel a partir de algas marinhas que pouparia as terras férteis e a água doce destinadas à agricultura, essa alternativa diminuiria o impacto causado pela produção do combustível orgânico. Também seria desejável o investimento nos biocombustíveis resultantes da reciclagem dos óleos usados ou outros materiais orgânicos de descarte, processo no qual se pode considerar a existência de um balanço ambiental positivo, pois esses óleos e outros elementos poderiam ser poluentes ou ter um uso menos eficiente.

    Substituir o que resta dos biomas brasileiros por mais monoculturas de plantas exóticas, existindo altos potenciais nativos, não parece ser a estratégia mais eficiente para levar o Brasil à independência do petróleo e muito menos pode contribuir para o controle das mudanças climáticas e para a preservação ambiental. A melhor saída seria estimular sistemas agroflorestais consorciando nativas e exóticas e ao mesmo tempo incentivar a agricultura familiar de alimentos para que, como se diz por aí, “não se cobrir um santo descobrindo outro”. Acreditamos sim que os biocombustíveis possam ser uma solução interessante para o problema energético do mundo e para um ecossistema que não suporta mais tanta poluição, mas para isso deve haver muito estudo e muita precaução para não transformarmos solução inteligente em um problema em potencial.


E aí, o que você pensa sobre o assunto? Comente e responda nossa enquete, contribuindo assim para tornar esse espaço mais interativo!