domingo, 1 de janeiro de 2012

Sustentabilidade: não é modismo, é uma necessidade!

Camisa de tecido PET
A grande novidade da reciclagem é o Tecido Reciclado Pet. Eu já havia escutado alguma coisa sobre o assunto, mas confesso que não me empolguei, porque na minha visão, o tecido a partir daquelas garrafas no mínimo seria desconfortável e quente!
No entanto, me surpreendi quando num stand do Congresso Nacional de Genética de 2011 (Águas de Lindóia – SP), tive a oportunidade de ver e tocar peças fabricadas a partir do poliéster de PET. E inacreditavelmente o tecido é de ótima qualidade! O toque é bem mais leve e macio do que o algodão e as cores são bem diferentes, em tons de algodão feito em lavagem stone, ou seja, com aparência desgastada. Com certeza aprovei!

 “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” (Antoine Lavoisier)

O pet é o melhor e mais resistente plástico para a fabricação de garrafas e embalagens, por isso tem sido considerado ideal para a indústria de bebidas do mundo todo.  Porém, as garrafas podem permanecer na natureza por mais de 450 anos!!!
Para termos uma idéia, o plástico tipo PET foi inventado nos anos 70, logo todas as garrafas produzidas no mundo ainda estão no meio ambiente. Só em 2006 o Brasil consumiu 378 mil toneladas de plástico PET, que estariam nos oceanos e aterros até hoje.
Mas calma... não precisamos ser drásticos e cessar o consumo desse material, no entanto é fundamental reciclarmos essas garrafas a fim de amenizar os impactos ambientais.  Nesse sentido, a coleta e a reciclagem da embalagem PET tem sido incentivada cada vez mais, permitindo o uso da material para a fabricação de diversos produtos.
O uso do PET na reciclagem é variado e pode-se fazer muita coisa a partir dessa matéria-prima. Geralmente o destino mais comum dado esse plático é o uso em trabalhos de artesanato, como certos brinquedos (jogo de boliche, vai-e-vem), árvores de natal, puffs, vassouras, etc. Mas também é possível transformar o PET em fibra de poliéster (uma garrafa PET é 100% composta de poliéster reciclável, uma resina termoplástica de alta resistência). Essas fibras estão sendo largamente utilizadas na indústria têxtil e nas confecções, inclusive já ganharam espaço nas semanas de moda em todo o mundo.
Outro fator positivo da iniciativa é que não só é possível reduzir o descarte do PET no meio ambiente, como também se deixa de usar outros materiais que consomem recursos naturais, como o algodão.
No Brasil, graças ao grande número de catadores, 55,8% do total de pets consumidas são recicladas e calcula-se que cerca de 200 mil famílias estejam vivendo da captação de recicláveis (dado da pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008 – 2010, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e estatística).

Mas como é feita a fabricação de malhas de PET?
Catadores com fardos de garrafas PET
Apesar de parecer novidade, o tecido produzido a partir das embalagens PET é o mesmo das roupas comuns de poliéster. A grande diferença é que em vez de utilizar o Tereftalato de Etileno virgem, a indústria recicla o plástico das garrafas e o transforma em fibras de poliéster.
Depois de pronta essa fibra poderá ser tecida junto com algodão e virar matéria-prima para roupas, bolsas, enchimentos de travesseiros, roupas de cama, tapetes, carpetes para linha automotiva e residencial ou ainda ser utilizada em sua forma bruta na confecção de banners, sacolas, embalagens etc.
Tudo começa quando as garrafas Pet, recolhidas por catadores, tem as tampas e rótulos separados e são enviadas em fardos para a reciclagem onde passam por um processo de seleção, lavagem (descontaminação), moagem e secagem, gerando um produto chamado Flake.
Garrafas já trituras, os chamados “Flakes”
Na segunda fase, é feita a fusão a uma temperatura de 300 graus, filtragem e retirada de impurezas. Na fábrica onde é feita a fibra, repete-se o processo de fusão a 300 graus e o material é passado por equipamentos que o separam em filamentos. O resultado é uma fibra cerca de 20% mais fina que o algodão.
Fibras de poliéster PET
A terceira e última fase é a da estiragem, quando a fibra é finalmente transformada em fio. Por fim, as fibras são embaladas em fardos estão prontas para suas diversas aplicações.
Esse processo não gera resíduos químicos que agridem ao meio ambiente, as cores originais das garrafas são aproveitadas, como o cru, utilizando garrafas transparentes, e o verde, utilizando garrafas dessa mesma cor.
São necessárias 25 garrafas de 2 litros para fabricação de 1kg de fio, o que equivale a aproximadamente 6 garrafas PET a menos na natureza por metro corrido de tecido.
Então a dica é: vale a pena sim investir em peças que além de saudáveis para o ambiente e a economia, também são muito bonitas e confortáveis!
Já existem uniformes esportivos à base de PET
O tecido PET integra o conceito de gerenciamento inteligente do lixo: redução, reciclagem e reutilização, o que o torna um produto ambientalmente saudável. Os benefícios ocasionados pela sua reciclagem são consideráveis. Menos poluição no ar, na água e no solo, economia de energia elétrica e matérias-primas, melhora do aspecto das cidades, gera de empregos e renda o que, consequentemente, potencializa a economia, aumenta a qualidade de vida e a satisfação das pessoas.

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